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DEMOSTHENES OLINDA
(Vitória de Santo Antão/PE, 20/10/1873 – Queluz/MG, 15/08/1900)
Poeta e bacharel em direito, formou-se na Faculdade de Direito do Recife, tornou-se Juiz de Direito no Estado de Minas Gerais. Dedicou-se à poesia muito jovem. Em 1894 estreou na poesia com Ortivos, obra prefaciada por Clóvis Beviláqua e dedicada a Teotônio Freire. É patrono da Cadeira nº 20 da Academia Pernambucana de Letras.
A uma desenhista
Olha: vou descrever-te uma paisagem...
Toma o pincel: desenha, agora um ninho
Onde alvíssimo pássaro, sozinho,
Guarda zeloso a sede da plumagem.
Um verde campo, flores na roupagem,
Trêmulo, um fio d'água no caminho,
Onde um luar da maciez do arminho
Vá se esbatendo. Lucido, na margem.
Uma casinha branca; ao lado, ao lado
Um pequeno arvoredo onde, ao sol posto,
Tímido, canta um rouxinol pousado.
Medita n'este rápido composto...
Toma o pincel: desenha com cuidado
O que n'este soneto deixo exposto.
A MULHER NA POESIA DO BRASIL. Coletânea organizada por Da Costa Santos. Belo Horizonte, MG: Edições “Mantiqueira”, 1948.
291 p. 14x18 cm. Capa de Delfino Filho.
Ex. bibl. Antonio Miranda
NOIVA MÍSTICA
Pelas sarças de luz da imensa altura
Passas, de estrelas fúlgidas cercada,
Noiva, cantando salmos de ventura
Pelos lábios de rosa da alvorada.
Assim vejo-te em sonhos. Doce e pura
Vejo-te agora do luar banhada,
Cheia de graça, ungida de ternura,
Para os meus olhos, cândida voltada.
Custe-me a dor, quero viver te amando!
E, se um dia, baixares sobre a terra,
Role aos teus pés meu coração cantando;
Role e morra sereno, altivo e forte
Como quem morre impávido na guerra
—Sorrindo para a Glória e para a Morte!
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Página publicada em agosto de 2021
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